quinta-feira, 19 de março de 2009

Jayme Campos quer audiência pública por ferrovia


Redação Site 24 HorasNews

Ao requerer a realização de uma audiência pública da Comissão de Infra-Estrutura do Senado Federal para acompanhar o andamento das obras da Ferronorte, nesta quinta-feira, em plenário, Jayme Campos mostrou-se preocupado com a morosidade na construção da estrada de ferro que sofre entraves burocráticos e financeiros para o seu prosseguimento. “Devemos ter em mente que sete Estados brasileiros terão suas economias afetadas diretamente pela ferrovia”, lembrou.

O senador argumentou que o país cresceu e poucos investimentos foram feitos no sistema multimodal de transportes. “As estradas são hoje gargalos para o escoamento das riquezas nacionais”, advertiu. Ele rememorou que na época da pavimentação da BR-163, no trecho entre Cuiabá e Campo Grande, Mato Grosso não produzia grãos e, agora, responde pela colheita de 27 milhões de toneladas destas commodities. - É lógico que essa estrada foi concebida para um tipo de carga muito inferior à que é praticada na atualidade. Seu pavimento não suporta a pressão exercida sobre ele durante o período da retirada da safra.

Jayme protestou contra a autorização da ANTT para a construção de apenas 13 quilômetros da ferrovia neste ano, entre os municípios de Alto Araguaia e Rondonópolis. “Ora, é um trecho insignificante se levado em consideração que o cronograma ajustado inicialmente entre o Ministério dos Transportes e a América Latina Logística, empresa concessionária, previa a chegada dos trilhos até Rondonópolis em 2010”, alertou.

Mas, o parlamentar se revelou temeroso quanto à falta de agilidade para a elaboração de estudos sobre o impacto ambiental da obra no prolongamento até Cuiabá. Ele quer uma ação direta das autoridades envolvidas no setor para que o cronograma da construção “não fique ainda mais prejudicado”.

Outro fator que levou Jayme Campos a solicitar a audiência pública foi a paralisação da obra, que gera insegurança sobre a saúde financeira da empresa que detém a concessão da exploração da ferrovia pelos próximos 90 anos.

O senador também elogiou a criação do Fórum Pró-Ferrovia, que congrega empresários e autoridades regionais e se comprometeu a engrossar fileiras para a conclusão da obra: - Ainda no 2º Império, o Barão de Mauá assentou os primeiros trilhos ferroviários no Brasil. Mais de um século separa essa epopéia dos dias atuais. E, ainda hoje, nós mato-grossenses, olhamos nossas planícies e cerrados esperançosos em ver a chegada do trem.

Ao finalizar, disse da luta do povo mato-grossense pela ferrovia: - O desenvolvimento veio antes da ferrovia; porque a coragem de nossos pioneiros é mais firme que os trilhos e o empreendedorismo de nossa gente, mais veloz que as locomotivas. Mas, a Ferronorte vai significar um novo caminho para o progresso.

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