Alfredo da Mota Menezes - Jornal A Gazeta
Houve um encontro na Fiemt sobre a ferrovia. A boa notícia é que, se a licença ambiental que o Ibama está encarregado de fazer sair num prazo razoável, ela deve chegar no final do ano que vem em Rondonópolis.
Cresce a crença que a atual concessionária não teria interesse em trazer a ferrovia até Cuiabá. Frente a essa suposição, Blairo Maggi apresentou duas propostas sobre o trecho até Cuiabá.
O governo do estado bancaria um estudo de viabilidade econômica sobre isso. Se houver viabilidade, talvez a concessionária tope trazê-la até Cuiabá. Ou, se não tiver interesse, o estudo daria base para se tentar convencer o governo federal a bancar o trecho e quando concluído entregá-lo para ser explorado pela concessionária. São propostas que mostram alguma preocupação sobre a vinda da ferrovia até Cuiabá.
Tem outro ingrediente nesse assunto que não tem sido muito comentado. Os entendidos dizem que uma ferrovia cobre um raio aproximado de 400 quilômetros ao seu redor. Que nessa distância pode ser levados produtos para a ferrovia por carretas que dá escala de preço. Se verdade, a ferrovia quando chegar a Rondonópolis pode receber carga até ali por perto de Diamantino, no Médio-Norte do estado.
Foi muito comentado aqui no estado que foi aprovada em Brasília uma nova ferrovia que passaria ali por Sorriso ou Lucas. Aceitando que cubra os tais 400 quilômetros, ela atingiria também a região de Diamantino.
As duas ferrovias praticamente cobririam o estado inteiro. Se verdade, fica mais difícil convencer a iniciativa privada em trazê-la até Cuiabá.
Foi dito no encontro da Fiemt uma coisa que é pouco comentada no estado. A diferença do frete cobrado hoje pela ferrovia para transportar grãos é apenas 5% menor do que se fosse por estradas com as carretas.
É uma diferença muito pequena. É um quase monopólio da ferrovia, sem grandes benefícios para o produtor rural. Todos estão lutando por esse meio de transporte, acreditando que ele ajudaria a resolver o grande problema do estado e vê-se que o ganho local será quase nulo. Há beneficio para o governo federal em diminuir gastos com a manutenção das estradas, mas para o produtor no campo nem tanto.
Esse monopólio não é uma coisa boa. E como está a situação hoje não há como impedir que ocorra. Só se houvesse modificação no atual tipo de concessão ou aparecesse uma nova ferrovia, quase paralela àquela que vai para Rondonópolis, para competir com a outra. Nos EUA isso ocorreu, aqui é sonho de uma noite de verão.
Agora, independente de problemas como os colocados aqui, merece incentivo o trabalho que o vereador Vuolo vem fazendo em tentar trazer a ferrovia até Cuiabá. Ele deve continuar lutando. Sabe-se lá se a tal ferrovia que vai para o Nortão sai do papel. Ou, quem sabe, o governo federal concorde em bancar a ferrovia até Cuiabá.
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