terça-feira, 30 de março de 2010

Vuolo critica a não inclusão de trecho no PAC 2


DA REDAÇÃO
Site Midianews

O presidente do Fórum Pró-Ferrovia em Cuiabá, Francisco Vuolo, lamentou hoje o fato de o PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), lançado nesta manhã em Brasília pelo presidente Lula, não ter incluído o trecho da Ferrovia Senador Vuolo entre Rondonópolis e Cuiabá, conforme promessa feita pela ministra chefe da Casa Civil Dilma Roussef, no mês passado, durante visita à Capital.

"Fiquei extremamente decepcionado pelo fato da ministra ter empenhado sua palavra, diante de representantes do setor produtivo e da classe política, e não tê-la cumprido. Nada justifica a postura de Dilma Roussef, que revela, no mínimo, falta de compromisso com o futuro de Cuiabá", afirmou Vuolo.

Na ocasião da visita da ministra, o governador Blairo Maggi (PR) foi incisivo ao solicitar diretamente à ministra a inclusão do trecho e sua importância para Mato Grosso.

Logo após o lançamento do PAC 2, Vuolo recebeu uma cópia do mapa em que está desenhada a expansão da malha ferroviária brasileira. Ao contrário do que empenhou a ministra, o trecho Rondonópolis-Cuiabá é representado através de um pontilhado, com a legenda "Projeto/Estudo". Mato Grosso será beneficiado, segundo o mapa, apenas com o trecho entre Lucas do Rio Verde e Uruaçu (GO).

"Três pontinhos"

"Não queremos ser tratados apenas como ‘três pontinhos'", criticou Vuolo, em referência ao pontilhado do mapa. "Três pontinhos quer dizer reticências; e a população de Cuiabá merece mais respeito e consideração. Estamos há quase 40 anos nessa luta e a ferrovia para Cuiabá precisa ser tratada como prioridade pelo governo federal, pois ela significará geração de emprego, renda e oportunidades para toda a Baixada Cuiabana", afirmou.

Como presidente do fórum, Vuolo afirmou que não aceitará essa definição por parte do governo federal. "Iremos reunir os integrantes do Fórum Pró-Ferrovia e definir uma estratégia para reverter essa posição e incluir, definitivamente, o trecho Cuiabá-Rondonópolis entre as prioridades do PAC 2", afirmou.

Confira o mapa do PAC 2 e a legenda que coloca o trecho entre Cuiabá e Rondonópolis como "Projeto/Estudo"

Ferronorte está fora do PAC 2 e causa revolta no setor produtivo


Da Redação - Alline Marques
Site Olhar Direto

A segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo governo Federal nesta segunda-feira (29), frustrou parte do setor produtivo de Mato Grosso. Isso porque, o trecho da Ferronorte, entre Rondonópolis e Cuiabá, ficou de fora do pacote de quase R$ 1 trilhão anunciado pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef (PT).

Por outro lado, a ferrovia Centro Oeste com 1600 quilômetros de extensão, ligando os municípios de Uruaçu (GO) até Lucas do Rio Verde, e que custará cerca de R$ 5 bilhões à União, está incluída no PAC 2.

O vereador Francisco Vuolo (PR), presidente do Fórum Pró-ferrovia, ficou indignado com a falta de comprometimento e de vontade política do governo Federal para a conclusão da Ferronorte, que por sete anos ficou parada em Alto Araguaia. Somente após a primeira edição do PAC, é que a obra foi retomada e a previsão é que chegue até Rondonópolis no próximo ano.

“Não há justificativa e não quero ficar aqui fazendo acusações, apenas lembrar que é preciso ter vontade política e tem de começar pelo governo Federal”, declarou em entrevista exclusiva ao Olhar Direto.

Segundo Vuolo, para a chegada da Ferronorte até Cuiabá bastariam R$ 700 milhões de investimento para a conclusão de 200 quilômetros da ferrovia. No entanto, como presidente do Fórum Pró-ferrovia, o parlamentar está organizando um movimento para cobrar um posicionamento do governo Federal.

O parlamentar garante que há possibilidade de uma flexibilização no programa para que Cuiabá seja atendida no PAC 2. O republicano alega também que a ministra Dilma, em sua vinda à Capital, sinalizou positivamente pela inserção do trecho Rondonópolis – Cuiabá na segunda etapa do PAC 2, porém no mapa divulgado nesta segunda da malha ferroviária, a obra está orçada apenas para estudo.

A Ferronorte é uma concessão federal, atualmente, concedida para a empresa privada ALL. Em 1975, Vicente Vuolo, deputado federal pelo Mato Grosso, apresentou Projeto de Lei para inclusão no Plano Nacional de Viação de ligação e o projeto inicial previa que a ferrovia saísse de Aparecida do Taboado (MS) até Cuiabá – Santarém e Cuiabá – Porto Velho.

Francisco Vuolo contou ainda que a Ferronorte é responsável por 45% do escoamento da safra, totalizando 12 milhões de tonelada/ano.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Licença do Ibama garante obra da ferrovia no Sul de MT


Da Redação
Site Midianews

A América Latina Logística (ALL), empresa responsável pela construção da ferrovia que liga os municípios de Alto Araguaia a Rondonópolis, no Sul de Mato Grosso, recebeu do Ibama a Licença de Instalação (LI) e a Autorização de Supressão Vegetal (ASV) do segmento 2, relativa à segunda etapa da obra.

A autorização permite o avanço de cerca de 165 quilômetros no traçado dos trilhos da Ferrovia Vicente Vuolo, de um total de 251 km.

Conforme o gerente de Meio Ambiente da ALL, Durval Nascimento Neto, a autorização do Ibama permite a continuidade das obras dentro do cronograma acordado com o Governo Federal. "É um grande passo para as nossas obras, pois, quando a ferrovia chegar nesta etapa, já estaremos com todas as autorizações concedidas, e não vamos precisar paralisar os trabalhos. Isso também permite entregar o trecho no tempo determinado", afirmou.

Metas ambientais

Além do empenho para cumprir com todas as metas estipuladas junto ao Governo Federal, a ALL, segundo Nascimento Neto, tem preocupação com a preservação ambiental da região em que se constrói a ferrovia.

Dentre as ações, está o desenvolvimento de Galerias Ecológicas, que são estruturas de concreto armado, que permitem a passagem dos animais que vivem na região e o livre escoamento das águas, sem qualquer interferência em seu curso natural.

A ALL também executou a prospecção arqueológica ao longo do traçado onde será construída a ferrovia, para garantir a preservação do patrimônio histórico do Mato Grosso e já recebeu o sinal positivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Arqueológico Nacional (Iphan).

A ALL, conforme o executivo, também prioriza em suas obras a preservação dos remanescentes florestais e áreas de preservação, sendo que toda á área que será suprimida vai ser 100 % compensada, com aquisição de novas áreas de proteção ou com o replantio de espécies nativas na faixa de domínio da própria ferrovia.

Nesse caso, será feita, nas áreas de supressão vegetal, a coleta de sementes para fomentar o desenvolvimento de mudas, que serão encaminhados para os viveiros das prefeituras da redondeza.

"Com ações como essas, vamos proporcionar o equilíbrio harmônico entre a tecnologia e o Meio Ambiente", disse Renata Twardowsky Ramalho, bióloga e coordenadora do projeto.

quarta-feira, 10 de março de 2010

China se conectará a Europa via TAV


10/03/2010 - Sydney Morning Herald

Uma viagem de Londres a Pequim por trem poderá levar apenas dois dias, se depender de um projeto chinês de construir uma malha internacional com os TAV correndo tanto quanto um avião.

Estão planejadas três redes, com a rota da Grã-Bretanha à China estendida até Singapura prevista para ser construída em até 10 anos. Na segunda rota, os passageiros viajariam até o norte da China, passando pela Rússia e até a Alemanha, aonde a rede se conectaria com as demais ferrovias européias.

A terceira rede seria estendida ao sul até o Vietnã, passando pela Tailândia, Malásia e Burma, conforme publicado pelo jornal inglês The Daily Telegraph. Os trens correrão a 320 km\h.

“Estamos planejando que os trens corram tanto quanto um avião”, disse um membro da Academia Chinesa de Engenharia. No ano passado, os chineses revelaram o Harmony Express, que atinge os 350 km\h.

Somente a linha ao sul da Ásia custará US$ 598 milhões, num momento em que a China está renovando sua própria malha a um investimento de US$ 718 bilhões.

A China possui o trem mais rápido do mundo, o CRH, que pode alcançar 394,2 km\h, e se conectará a todo o continente europeu até a próxima década

domingo, 7 de março de 2010

Morre o engenheiro Domingos Iglesias


NATACHA WOGEL

Da Reportagem - Diário de Cuiabá

Aos 83 anos de idade, morreu na madrugada de ontem o engenheiro civil Domingos Iglesias Valério, homem que respondeu por 31 anos pela Defesa Civil do Estado e que detém um dos principais currículos que já compuseram a história de infra-estrutura mato-grossense. A causa da morte ainda é desconhecida, porém, conforme a jornalista Laura Lucena, que já escreveu 190 páginas de sua biografia, o engenheiro morreu sentado, após passar mal, à 1h30, na cidade mineira de Rio Acima, próximo ao local de seu nascimento, o município de Pitangui, oeste do estado. Iglesias sofria de hipertensão.

Em Mato Grosso, Domingos Iglesias chegou no ano de 1958, depois de já ter participado da construção da cidade de Boa Vista, Roraima, a pedido do presidente Getúlio Vargas, de quem era amigo. Ele assumiu a Divisão de Obras da capital. “Na época em que se formou engenheiro civil, a pedido de Getúlio Vargas, que queria povoar as fronteiras brasileiras, foi para Roraima, quando ainda se chamava Território Federal de Rio Branco e construiu diversas obras na cidade, entre elas o aeroporto local”, conta a jornalista.

A amizade com Getúlio surgiu da liderança estudantil que fazia no estado do Paraná, onde cursou a faculdade na Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal. “Ele desistiu da militância política com a morte de Getúlio. Se desencantou com a área”, diz Laura.

Quando chegou ao Estado, para assumir a Diretoria do Departamento de Terras, foi professor do curso de Engenharia Civil na Universidade Federal de Mato Grosso, onde respondeu pela cadeira de hidráulica durante anos. Ele se aposentou pela UFMT, assim como pela Defesa Civil de Mato Grosso, porém, no órgão estadual, mesmo aposentado manteve-se trabalhando. Foi sucedido por seu filho de mesmo nome no cargo. O engenheiro deixou a Defesa em 2005.

Iglesias era doutor em Portos do Mar, Rio e Canais, além de Arquitetura, Urbanismo e Traçado de Cidades. Mas seu principal destaque era o desempenho na área de Recursos Hídricos. “Ele é reconhecido nacionalmente como uma das maiores autoridades no assunto”, destaca a escritora.

A dedicação ao conhecimento, sobretudo do regime de águas dos rios, foi uma marca da trajetória profissional do engenheiro. “Ele tinha um profundo conhecimento sobre o regime do rio Cuiabá, conseguia fazer previsão de enchentes. Fora isso, sabia muita coisa sobre os efeitos astronômicos, o que colaborava de mais para o trabalho dele”, comenta o jornalista e secretário-adjunto estadual de Comunicação, Onofre Ribeiro, que passou a conviver com Iglesias a partir de 1976, ao trabalhar no governo do Estado, quando o engenheiro já era chefe da Defesa Civil.

A paciência com os jornalistas, porém, não era o forte de Domingos Iglesias. “Ele construía o raciocínio de forma muito completa e complexa. Portanto, detestava ser interrompido e ouvir perguntas pouco inteligentes. Reagia com impaciência”, completa Ribeiro.

Outra área em que teve destaque no Estado foi na concepção da ferrovia e dos traçados de Mato Grosso. “Ele seguramente era a pessoa que mais conhecia a discussão sobre a ferrovia. E ficava danado com as adaptações propostas para os trechos, pois conhecia como ninguém o assunto”, finaliza o jornalista.

Domingo Iglesias deixa a esposa Norma, os filhos Domingos, Alda Elizabeth, Norma e Ricardo, este último, portador de necessidades especiais, motivo que fez o engenheiro fundar em Cuiabá a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). A instituição emitiu uma nota de pesar pela morte de seu fundador. “Estamos em luto pela perda do nosso Grande Pai Fundador, que por toda sua vida se dedicou de corpo e alma na luta por uma vida melhor às pessoas com Deficiência Intelectual e Múltipla”, traz o texto.

O sepultamento do engenheiro acontece em Cuiabá, onde mora sua família, porém, até o fechamento desta edição, familiares não confirmavam a data, tendo em vista que dependia da liberação e o embarque do corpo para o Estado.