Edilson Almeida
Redação 24HorasNews
O presidente da Ferronorte junto a América Latina Logística (ALL), Pedro Roberto de Almeida, previu que um canteiro de obras será implantado ainda no final de julho que até 31 de dezembro deste ano – isso mesmo, 31 de dezembro deste ano – o trecho que liga Alto Araguaia, na divisa de Mato Grosso com Goiás, a localidade de Mineirinho, no município de Rondonópolis, estará concluído. Otimista, o executivo disse que a meta é garantir a safra de 2010 com o trem chegando à Rondonópolis.
A promessa causa uma certa dúvida. Afinal, não é de hoje que o calendário da Ferronorte deixou de ser cumprido. Só para se ter uma idéia, a obra estava parada há cinco anos. Isto é: sem avançar um metro a frente sequer. O problema era burocrático. O trecho até Rondonópolis está orçado em R$ 700 milhões e, de acordo com o presidente do Fórum Pró-Ferrovia em Cuiabá, vereador Francisco Vuolo (PR), o dinheiro já está à disposição da ALL, responsável pela obra e pela concessão.
Para o desafio final, de forma a consolidar o sonho do idealizador da estrada de ferro, que é sua chegada até Cuiabá, a distância física física é grande e a temporal inestimável. A partir da localidade de Mineirinho até a Capital ainda precisa ser feito o estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima), que também tem custo elevado. Também precisam ser discutidos dois assuntos importantes: a definição do traçado até Cuiabá, com a manutenção do original, ou com um desvio que vai evitar a entrada da ferrovia nas terras indígenas da reserva Tereza Cristina, e o contorno pela Serra de São Vicente, para atingir a Capital mato-grossense.
O que anima no trecho Alto Araguaia-Mineirinho e sugere uma garantia é que a obra em questão não pode ficar no meio por causa dos prejuízos. Em conversa com o governador Blairo Maggi, o presidente da ALL informou que a operação está bem equalizada e que tudo é feito por etapas.
“A Ferronorte é uma obra importante que a cada quilômetro avançado dentro do território de Mato Grosso traz economia e estabilização do preço do frete, por exemplo. Há muito tempo que aguardamos essa licença” - comemorou o governador Blairo Maggi, ao participar da solenidade de entrega pelo presidente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) o licenciamento do trecho. O evento foi revestido de otimismo e muita emoção. Nesta quarta-feira completam oito anos da morte do senador Vicente Vuolo - idealizador da ferrovia.
Segundo o presidente do Ibama, “o compromisso do Instituto e do Ministério do Meio Ambiente é fazer tudo com presteza e rapidez, desde que não se perca o rigor, a qualidade e respeito ao meio ambiente". Roberto Messias explicou ainda a burocratização, frisando que o Governo Federal “é exigente tanto quanto a população que quer esse país, que vai ficar para os nossos filhos, seja pelo menos tão bom quanto toda beleza que ele possui, de megadiversidade, sendo o mais biodiverso do mundo. Mato Grosso é maior que praticamente todos os estados europeus e por isso tem uma tarefa enorme de cuidados fazendo com que montemos o sistema nacional de Meio Ambiente”, disse.
Na análise do Governo, a ferrovia já vem mudando a economia e estabilizando os preços dos fretes, “é claro que ainda não tivemos uma redução conforme todos gostaríamos que fosse, mas, pelo menos não temos mais os piques de fretes que tínhamos no passado”, salientou Maggi. A ferrovia consegue tirar grandes volumes e estabilizar os preços, porém, o desejo dos mato-grossenses é fazer a redução no preço dos fretes.
"Hoje, o frete por hidrovia é mais barato. Aqui com a Ferrnorte não temos conseguido uma redução em relação aos caminhões, mas, temos um preço mais parecido do começo e fim da safra. Antigamente sem ferrovias o período dobrava de 30 a 60 dias, o que não acontece mais, mas, a medida em que a ferrovia vai ganhando capacidade, mais volume e mais velocidade eu creio que ele possa ter uma redução nos preços", finalizou Maggi.
A Ferrovia Senador Vuolo já tem 500 quilômetros de Mato Grosso do Sul a Mato Grosso. É responsável hoje pelo transporte de quase 50% da produção e 20% do que é exportado pelo Porto de Santos sai pela Ferronorte. As obras estão paralisadas há praticamente dez anos. Em abril do ano passado, o ministro dos Transportes, Alfredo Pereira do Nascimento, e representante da ALL assinaram um Termo Aditivo garantindo que no segundo semestre de 2008 as obras seriam retomadas e o ministro estaria em Cuiabá lançando a ordem de serviço, o que não ocorreu. Participaram do ato também, o presidente da Fiemt Mauro Mendes, secretários de Estado, deputados estaduais e federais e sociedade civil organizada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário