domingo, 19 de abril de 2009

Prazo final exige celeridade para o cumprimento do aditivo


MARIANNA PERES
Da Editoria - Diário de Cuiabá

Para o presidente do Fórum Pró-ferrovia, vereador Francisco Vuolo, o Estado está “muito próximo da realidade”, disse ao avaliar o processo para retomada das obras de construção da ferrovia Senador Vicente Vuolo. A confiança está 100% depositada nas afirmações do presidente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Roberto Messias Franco, que anunciou que a Licença Instalação para as obras sairá em até 30 dias, prazo que expira no fim deste mês. Mesmo com a boa nova, Vuolo chama atenção para outro prazo: “Até 2010, os trilhos devem estar em Rondonópolis, como está expresso no termo aditivo assinado em 29 de abril do ano passado que fixou prazos à concessionária da estrada de ferro, a América Latina Logística (ALL)”.
Questionado sobre a possibilidade de a ALL cumprir o estabelecido no aditivo, Vuolo disse que havendo a expedição da LI até maio, é possível concluir o trecho de 262 quilômetros de Alto Araguaia até Rondonópolis. Os trilhos projetados são dotados de alta tecnologia e por isso é possível a construção de um quilômetro por dia. “Quando se fincar o primeiro dormente, muita gente vai acordar para a nova realidade”, alfinetou o presidente do Fórum. Vuolo lembrou que os recursos para edificação do trecho na porção sul do Estado estão liberados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “São R$ 700 milhões prontos para ser investidos e suficientes para iniciar e finalizar este trecho”. Questionado sobre o avanço até Cuiabá, Vuolo observa que “o objetivo final deste sonho, que é a chegada a Cuiabá, já dura 33 anos e que pela primeira vez se pode acreditar que até 2014 os trilhos estejam aqui no Distrito Industrial”. Como ao longo dos anos houve interferências políticas sobre o projeto e entraves ambientais, a chegada à Capital sofreu a adição de cerca de mais 200 quilômetros no trecho para se distanciar da reserva indígena Teresa Cristina, como também, da Serra de São Vicente. “Com essas alterações, este outro trecho de Rondonópolis a Cuiabá tem orçamento de R$ 700 milhões também e agora prevê, neste percurso, o transporte de passageiros”. Como explicou Vuolo, esta última alteração ao projeto original, que busca autorização, repercutirá em uma injeção de recursos para cidade como Jaciara, Juscimeira e Barão de Melgaço. “Por meio da estrada de ferro, todas as cidades que estão neste trecho poderão divulgar melhor suas riquezas naturais e movimentar o turismo”. PAC - Além da espera pela LI à construtora licitada pela ALL, o Fórum Pró-ferrovia abre outro canal de mobilização, que é a inclusão deste trecho até a capital no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). “Como não há ainda recursos garantidos, tivemos de abrir este novo pleito. No início deste mês, em Brasília, tratamos deste assunto com o senador José Sarney, que de pronto abraçou a causa e será um interlocutor para angariar recursos do PAC”. Vuolo explica que acionou o parlamentar, porque quando foi presidente do Brasil assinou em 1989 em Cuiabá o contrato de construção da ferrovia. O início do trecho era em Rubinéia (SP), até Aparecida do Taboado (MS). Somente em 1998 foi inaugurada a ponte rodoferroviária sobre o rio Paraná, ligando o estado de São Paulo ao Mato Grosso do Sul. DÉCADAS - Há mais de 30 anos o sonho de criar um corredor de exportações pelo Pacífico pautava os interesses políticos da década de 70. Foi com o propósito de criar um novo cenário econômico ao Estado que o então senador Vicente Vuolo – pai do presidente do Fórum – defendeu a criação da ferrovia que, depois de chegar a Cuiabá, se estenderá até Porto Velho (RO) e, então, consolidar o acesso ao Pacífico, que aproxima a pauta estadual de exportação de Mato Grosso aos maiores consumidores mundiais, como a Ásia e a Europa. “Esse modal logístico representa a sobrevivência da produção mato-grossense no mercado mundial. Um vagão transporta 95 toneladas, o equivalente a três carretas. Uma locomotiva puxa 80 vagões, volume que demandaria mais de 250 carretas na estrada”.

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