quinta-feira, 17 de março de 2011

Frente Parlamentar das Ferrovias aprova estatuto e vota membros da diretoria


Agência T1, por Bruna Yunes

Eleito presidente da Frente Parlamentar Mista das Ferrovias, o deputado federal Pedro Uczai (PT-SC) sugeriu, como primeira ação da frente, a revisão do modelo regulatório e do orçamento público. “Precisamos colocar na agenda política o transporte ferroviário como estratégia fundamental para o desenvolvimento do país. Temos que colocar as ferrovias como prioridade, discutir e implantar projetos no Plano Plurianual (PPA) e na Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO). Pela própria história das ferrovias, é preciso uma postura firme e determinada do Congresso Nacional sobre a estratégia no que diz respeito ao resgate das ferrovias no país”.

Para a senadora e vice-presidente da frente parlamentar, Lídice da Mata (PSB-BA), o resgate do transporte ferroviário de passageiros é importante para promover a integração das regiões no Brasil. “Temos que pensar que o transporte ferroviário pode transportar mais do que cargas, na dimensão continental do país, temos que imaginar a possibilidade de voltarmos a ter o transporte de passageiros também. Discussão que começamos a travar nos estados onde tem grandes investimentos, no caso do Nordeste, das ferrovias Transnordestina e Leste Oeste, que é o caso da Bahia. Sentimos a importância dessas obras para a nossa região no sentido integrar as populações das demais regiões”.

Para compor a discussão, autoridades políticas foram chamadas a reunião. De acordo com o secretário executivo da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Cláudio Vignatti, a frente parlamentar terá um papel importante para o desenvolvimento das ferrovias. “Esse ano se desenha o PPA, a ferrovia da Bahia não estava no plano, mas a bancada da Bahia trabalhou para o projeto da ferrovia entrar no PPA e foi licitada. A Frente Parlamentar tem o objetivo muito claro, e tem aliados do governo, para construir propostas que possam vir para o governo no novo PPA. A missão prioritária, desse ano, é colocar no PPA, que se começa a ser discutido entre os ministérios”, explicou.

O diretor de Relações Institucionais do Ministério dos Transportes, Afonso Carneiro Filho, disse que o Ministério dos Transportes é a favor da criação da entidade. “É muito importante essa frente criada. Esse governovem ampliando fortemente a questão ferroviária desde o início de 2003 com o lançamento do Plano de Recuperação das Ferrovias. Esse plano resultou em desdobramentos, revisou metas de transportes, a retomada da discussão de trens de passageiros que nós estamos vendo. O ministério do transporte irá ajudar nessa retomada do crescimento das ferrovias e o apoio com o esforço da votação das leis orçamentárias, do PPA para que possamos dar conta desse trabalho, que é enorme”.

Estiveram na reunião, também, o representante do ministro Alfredo Nascimento do Ministério dos Tranportes, Francisco Costa; o superintendente de Serviços de Transporte de Cargas da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Noburo Ofugi; deputados e senadores que aderiram a frente, cerca de 200 parlamentares.

Representantes

Para os representares regionais foram designados os deputados federais Jerônimo Pizzolotto Goergen (PP-RS), no Sul; Lincoln Portela (PR-MG) no Sudeste; Geraldo Resende (PMDB-MS), Centro-Oeste; o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), no Nordeste. Ainda falta a indicação do Partido Verde (PV) para a região Norte.

Além dos coordenadores regionais, a frente sugeriu a nomeação de representantes para acompanhar projetos ferroviários pontuais em alguns estados. “O coordenador estadual, senador ou deputado federal, vai aglutinar os 27 estados e pensar a malha ferroviária no seu conjunto”, justifica o presidente eleito.

Segundo Uczai, o país só conseguirá um crescimento sustentável com as ferrovias. “Temos que expandir a malha ferroviária do país. Hoje, as rodovias não conseguem acompanhar a perspectiva de crescimento sustentável. As ferrovias darão respostas nas seguintes direções: o transporte ferroviário é mais barato, seguro, ambientalmente sustentável e mantém e atrai novos investimentos nas regiões por onde passa ferrovia. É desenvolvimento regional, é integração desse país, que é continental. É um absurdo estar discutindo ferrovias nesse momento da história do Brasil. E por último, as ferrovias vão melhorar a situação das nossas rodovias. O futuro do Brasil não será sustentável se não for numa malha ferroviária”, concluiu.

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