Jornal Folha do Estado
A empresa italiana Salcef S.p.a., especializada em ferrovias, é a primeira companhia privada a se interessar pela construção do trecho entre Rondonópolis e Cuiabá (230 km) da Ferrovia Vicente Vuolo (Ferronorte) orçado em R$ 800 milhões. Com a Manifestação, o governo de Mato Grosso tomará as medidas viáveis para formalizar a disposição protocolando-a, podendo ser a empresa estrangeira uma das responsáveis pela chegada dos trilhos à Baixada Cuiabana.
Até o momento, o Estado vinha trabalhando para que a Valec, empresa de engenharia, ligada ao Ministério dos Transportes, fosse a responsável pela obra, que logo terá os estudos de viabilidade econômica, ambiental e social iniciados.
Contudo, sempre se colocou aberto a possíveis interessados. Segundo o secretário Extraordinário de Logística Intermodal de Transportes de Mato Grosso (Selit), Francisco Vuolo, a manifestação da italiana é natural, assim como outras podem surgir. “Tudo é possível a partir do momento que a concessão das obras se tornou aberta”, frisa Vuolo, ao lembrar que o trecho era de responsabilidade da América Latina Logística (ALL), que abriu mão do empreendimento em setembro de 2010.
OUTROS CAMINHOS
A intermediação do interesse da Saltcef S.p.a. foi feita pelos diretores da outra italiana, que possui negócios em Mato Grosso, sendo a Brazilian Italian Oil (Bio) detentora de uma usina de biodiesel em Barra do Garças, em encontro com o governador Silval Barbosa. A Bio ainda declarou ao governo a possibilidade de se abrir um braço da Ferronorte em Alto Araguaia, indo para Barra do Garças, local de sua empresa. “ABio visa uma ligação dela até São Paulo. Com isso, nos propôs este ramal. Vamos estudar a viabilidade, até mesmo porque a produção da região é muito importante. Contudo, este trajeto deve contemplar uma via rodoviária”, discorre Francisco.
Vale lembrar que Barra do Garças será beneficiada com a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) que terá uma terminal em Água Boa (MT)] com 200 km de distância entre as cidades. O diretor da Bio, Mário Buri, aproveitou para anunciar o investimento de R$ 90 milhões para ampliar a capacidade de produção da indústria de 7 mil toneladas ao ano para 27 mil t. A proposta é que até 2012 sejam concluídas as construções de mais silos de armazenamento, além de duas unidades cogeradoras de energia elétrica.
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