LAÍS COSTA MARQUES
DA REDAÇÃO - Jornal A Gazeta
A construção dos trilhos da Ferronorte até Cuiabá terá o estudo de viabilidade técnica, ambiental e econômica elaborado pelo governo estadual entre os próximos 18 meses. Uma minuta de termo de cooperação foi entregue pelo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, ao governador Silval Barbosa, possibilitando a realização do levantamento pelo governo do Estado. Com isso, a vinda da ferrovia para a Capital ganha mais força e enfim deixa de ser um antigo sonho da Baixada Cuiabana. O estudo deve custar até R$ 5 milhões e foi viabilizado após a devolução do trecho, que estava sob jurisdição da América Latina Logística (ALL), ao governo federal.
O anúncio da possibilidade de construção é motivo de comemoração para diferentes segmentos da classe
produtiva e política do Estado. O presidente do Fórum Pró-Ferrovia, Francisco Vuolo, afirma que os benefícios só poderão ser mensurados quando o transporte for implementado, mas que a vinda dos trilhos significa desenvolvimento.
“Não vamos transportar apenas grãos, vamos transportar desenvolvimento, produtos de valor agregado, tecnologia e com isso emprego e renda aos mato-grossenses”.
O governador Silval Barbosa (PMDB) reiterou a importância da ferrovia até Cuiabá como uma forma de transformar a produção do Estado, diminuindo custos e aumentado a competitividade. O presidente da Ordem dos Advogados de Mato Grosso, Cláudio Stábile, defende a chegada até Cuiabá como forma de resolver um dos grandes gargalos da economia.
“Não haverá um segmento privilegiado, toda a população será beneficiada.São empregos, renda e redução
do custo de vida. A ferrovia vai levar nossa produção, mas também irá trazer carga dos grandes centros a preços mais competitivos”.
Para a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), a ferrovia vai ser um importante meio para importação de insumos e escoamento de produção, tanto para baratear os custos quanto como um “desafogador” de rodovias. A estimativa do é que a vinda da Ferronorte até o Distrito Industrial de Cuiabá custe entre R$ 700 milhões e R$ 800 milhões, valor similar ao que a ALL está investindo na expansão da ferrovia de Alta Araguaia até Rondonópolis, obra esta que, segundo o ministro Paulo Passos, está adiantada e deve cumprir o cronograma de entrega para meados de 2012.
Na disputa - A devolução da jurisdição do trecho a partir de Rondonópolis não retira a ALL da briga pela concessão de operação dos trilhos. O presidente da ALL, Paulo Basílio, diz que a empresa abriu mão do trecho porque não tinha condições de assumir prazos para a construção, mas que isso não a exclui do processo de licitação pela operação dos vagões.
O diretor-geral da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), Bernardo Figueiredo, confirma esta possibilidade. “Estamos caminhando para um modelo em que quem opera não precisa ser ecessariamente o responsável pela construção, sendo assim, a ALL poderá se candidatar à concessão. Queremos estimular a competitividade”.
O economista Vivaldo Lopes julga importante definir qual empresa irá gerenciar os trilhos. Segundo ele, a saída da ALL não foi uma decisão muito cabível visto que é uma das mais agressivas do segmento e que tem obtido resultados positivos nos últimos anos.
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