25/07/2008 - Diário de Cuiabá
A empresa de engenharia Constran, a mesma que construiu a ponte rodoferroviária sobre o rio Paraná, já está trabalhando na formação de uma Sociedade de Propósitos Específicos para viabilizar a retomada das obras físicas da Ferrovia Senador Vuolo até Rondonópolis e, a partir daí, até Cuiabá. A ferrovia encontra-se parada em Alto Araguaia desde 2003 e sua concessão é da América Latina Logística (ALL).
De acordo com o coordenador do Fórum Pró-Ferrovia, Francisco Vuolo, para a construção do trecho Alto Araguaia-Rondonópolis, de aproximadamente 220 quilômetros, serão necessários R$ 700 milhões. “A Constran está em busca de parceiros interessados na construção da obra, por isso está sendo formada a Sociedade de Propósito Específico (SPE)”, explica.
Ele informou que os estudos ambientais no trecho de Alto Araguaia a Mineirinho (a 60 Km de Rondonópolis) já estão em andamento. O fórum defende a elaboração dos estudos de impacto ambiental no trecho Mineiro-Cuiabá, num total de 260 quilômetros, passando por Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá). No entanto, os recursos de R$ 700 milhões estão garantidos para a construção até Rondonópolis, com data de inauguração marcada para 2010.
“Enquanto se constrói a ferrovia até Rondonópolis, o fórum trabalhará a montagem da engenharia financeira até Cuiabá, para que tão logo as obras sejam entreguem no sul do Estado, tenham continuidade até à Capital, com previsão de chegar aqui no máximo até 2014”, frisou Vuolo.
A expectativa do fórum é de que, chegando a ferrovia em Cuiabá, serão construídos dois ramais: um até Santarém, no Pará, e outro até Porto Velho (RO). “Ao chegar a Cuiabá a ferrovia cumprirá uma nova etapa, cumprindo o trajeto dentro do projeto original que é de cinco mil quilômetros e assegurando a interligação com os portos do rio Madeira (RO) e Itacoatiara (AM)”.
O fórum defende também a construção de uma “ponte férrea” para o transporte de passageiros entre Cuiabá e Rondonópolis, “promovendo a integração social, cultural e turística na região”.
Vuolo afirmou que ainda este ano, quando a SPE estiver constituída e os recursos liberados, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, estará em Cuiabá para entregar a ordem de serviço para a retomada das obras, que estão paralisadas em Alto Araguaia (430 Km a sudoeste de Cuiabá). Até agora foram investidos cerca de R$ 1,5 bilhão na construção de 500 quilômetros de trilhos desde a divisa com São Paulo, em Aparecida do Taboado (MS), até Alto Araguaia.
De acordo com o Fórum Pró-Ferrovia, foram construídos também quatro terminais ferroviários - em Inocência e Chapadão do Sul (MS), e Alto Taquari e Alto Araguaia (MT) - além da ponte rodoferroviária sobre o rio Paraná, interligando Mato Grosso a São Paulo.
Recursos - Para a ferrovia chegar até Cuiabá são necessários mais R$ 1,5 bilhão em investimentos. Deste total, R$ 800 milhões serão aplicados no trecho Rondonópolis-Cuiabá, de 210 quilômetros.
Na avaliação do coordenador do Fórum, Francisco Vuolo, a extensão dos trilhos da Ferrovia Norte-Sul até Mato Grosso será muito importante, pois além de dar mais uma opção de transporte, promoverá a integração ferroviária das regiões brasileiras. Transporte
Este ano a ferrovia deverá transportar 14 milhões de toneladas de grãos a partir de Alto Araguaia. Vuolo estima que, ao chegar em Rondonópolis, a ferrovia estará transportando cerca de 20 milhões de toneladas, um acréscimo em torno de 40% em relação ao volume que será transportado este ano.
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