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Eduardo Ramos
Representantes de vários setores da sociedade e de órgãos públicos municipais, estaduais e federais participaram ontem em Rondonópolis do '2º Ciclo de Debates sobre os Impactos e Oportunidades no Desenvolvimento da Região Sul de Mato Grosso com a chegada da Ferronorte'. O evento foi organizado pela Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados em parceria com a Câmara Municipal de Rondonópolis. Na oportunidade foram apresentados detalhes dos projetos de implantação do terminal ferroviário e também das obras de duplicação de 25 quilômetros da BR-163, com a construção de viadutos e acessos especiais, no trecho entre o terminal e o município de Rondonópolis.
Durante o evento o prefeito Percival Muniz voltou a afirmar que não exitará em adotar medidas legais para impedir o funcionamento do terminal caso não sejam garantidas as compensações sociais e ambientais ao município. Ele destacou que tanto a ferrovia como o terminal são construídos com recursos públicos, via BNDES, e que a cidade não pode ser penalizada com o aumento do fluxo de veículos pesados a partir da operação do terminal. "O investimento é grande, vai gerar empregos e também aumentar a receita do município. Mas isso é pouco diante dos problemas que também serão criados", destacou.
Além da garantia da duplicação do trecho entre o município e o terminal, Muniz também afirmou que vai rever a compensação ambiental acertada pela gestão anterior. Segundo ele, só neste quesito o município deve receber cerca de R$ 28 milhões de reais, que podem ser investidos na ampliação do SAMU e também em novas unidades hospitalares
Projetos
O superintendente do DNIT em Mato Grosso, Luiz Antonio Garcia, apresentou o projeto de duplicação do acesso à rodovia. A obra prevê a construção de um grande viaduto na região do posto Trevão (entrocamento das BRs 163 e 364) com várias passagens subterrâneas para permitir o acesso ao aeroporto municipal e às rodovias estaduais como a MT-471.
A obra está orçada em R$ 125 milhões e deverá ser custeada com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A expectativa é licitá-la através do Regime Diferenciado de Contratações, agilizando o processo. "Estamos empenhados porque entendemos que esta obra é tão ou mais importante que a própria duplicação do segmento da BR-163 até Posto Gil", destacou.
Já o projeto de implantação do terminal foi detalhado pelo representante da ALL, Gustavo Okihiro. Ele disse que a empresa compreende a preocupação da população com os problemas decorrentes da obra, mas garantiu que estão sendo tomados todos os cuidados visando evitar prejuízos à população.
Segundo Okihiro, o terminal terá sete tombadores e cada um tem capacidade para descarregar até 10 caminhões por hora, o que permitirá atender todo o fluxo sem ocasionar filas e congestionamentos na rodovia. Ele também destacou que a área tem um espaço para o estacionamento para cerca de cinco mil caminhões e será dotada de infraestrutura (banheiros, restaurantes etc.) para atender os motoristas enquanto aguardam a descarga.
Além dos representantes da Câmara dos Deputados, Prefeitura e da ALL, o ciclo de debates contou também com a participação do secretário estadual de Logística, Francisco Vuolo, e de diretores do FCO, Sudeco, Acir, CDL, Uramb, Unisal, Diocese de Rondonópolis e professores da UFMT. As propostas e sugestões serão agora registradas na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados e servirão como base para a definição de futuras ações envolvendo o terminal.