sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Chineses estão dispostos a fazer estudos em MT


Laís Costa Marques
Da Redação - Jornal A Gazeta

Investidores chineses estão dispostos a realizar o estudo de viabilidade estratégica da construção de 4 trechos da Ferrovia Senador Vicente Vuolo (Ferronorte) em Mato Grosso. A intenção foi formalizada em audiência com o governo estadual por uma empresa que atua na construção de trilhos no país asiático e por um banco nacional da China. As negociações são intermediadas por uma empresa de consultoria que atua em parceria entre governos brasileiro e chinês.

Caso a aproximação seja concretizada, serão analisados os trechos entre Rondonópolis e Cuiabá, Cuiabá e Santarém (PA), Cuiabá e Porto Velho (RO) e entre Alta Araguaia (MT) e Araguari (MG). Por enquanto não existe uma estimativa dos investimentos a serem feitos, nem de como se dará esta união. Além da maior empresa de construção de ferrovia - China Rail Construction Company (CRCC) -, o CDB, uma espécie de Banco Nacional para o Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) da China também irá investir na elaboração dos estudos.

De acordo com o presidente da ATL, consultora da negociação, Marco Polo Moreira Leite, por enquanto há apenas a declaração do interesse e ainda não se sabe como a parceria será fechada, quais os investimentos e as contrapartidas. Mato Grosso seria um alvo chinês em virtude do potencial agrícola e desenvolvimento econômico da região. "Mato Grosso é um grande Estado, com capacidades que despertam o interesse chinês".

Para o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf, é muito importante saber desta disposição porque abre caminhos para a estruturação de alternativas de escoamento para a produção do Estado. O presidente do Fórum Pró-Ferrovia, Francisco Vuolo, ressalta que a manifestação da China é consequência da mudança do modelo ferroviário adotado por Mato Grosso que, segundo Vuolo, não despertava interesse de investidores até pouco tempo atrás. Apesar de não terem revelado qual seria, em específico, o retorno do investimento, a China é hoje o maior consumidor das principais commodities mato-grossenses como soja e milho. O superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidônio, diz que a produção agrícola é a que atrai os chineses e a aproximação com o Estado é uma forma de garantir alimento para o país mais populoso do mundo. Além disso, ele diz que infraestrutura e produção são interdependentes, ou seja, sem investimento em um, não há como incrementar o outro.